A morte do “Cover 3 do Seahawks”

Se você acompanhou a NFL na década passada, certamente se lembra da LOB, de Richard Sherman, Earl Thomas e cia. Essa defesa reinventou a cobertura Cover 3, fazendo as variações que Pete Carroll implementou dela se proliferar pela liga.

O problema é que o futebol americano é cíclico. Quem defende, defende alguma coisa. E se essa coisa muda, você se adapta. Ou morre. Parece que é o caso com a “Cover 3 do Seahawks”

Os problemas da Cover 3 que o Seahawks solucionou

O Cover 3 do Seahawks funcionava porque ele trabalhava para mitigar ao máximo as deficiências do esquema. No caso, a principal deficiência eram as Seams, que podiam ser facilmente atacadas com rotas verticais. Outra deficiência era o alinhamento geralmente em Off dos CBs, que faziam com que os WRs não tivessem dificuldade de correr suas rotas.

Como mostrado nesse clipe, não precisa nem ser uma rota longa para a Seam ser explorada. O espaço está lado e pode ser atacado com uma simples combinação curl-flat.

O Seahawks resolveu isso de 2 formas: Juntando um personnel ideal para o esquema (muita velocidade e alcance) e fazendo variações pattern-match da cobertura Cover 3.

Draftaram o FS Earl Thomas, um safety veloz capas de cobrir o campo inteiro e os CBs Richard Sherman e Bobby Maxwell, com envergadura grande e capazes de jogarem em Press.

Quando o adversário ameaçava as Seams, era hora de usar uma cobertura pattern-match como Rip/Liz ou Mabble.

Isso funcionou por um tempo. Alguns times como os Falcons e os Jaguars conseguiram espelhar remotamente o sucesso do Seahawks com a defesa por algumas temporadas, mas a cobertura vem caindo em desuso.

O que matou a “Cover 3 do Seahawks”?

O Spread. Sim, sempre ele. O ataque médio da NFL de hoje é um ataque de College dos anos 2000. Cheio de motions antes do snap, Read Option, RPOs. O RB, corre, o WR corre, o QB corre.

Por isso, baixar mais um Safety pro box não resolve muita coisa. É tanta coisa que ele tem que ler antes da jogada que ele já começa vendido, seja porque leem ele em um RPO, seja porque ele não consegue acompanhar um Jet motion do Slot Receiver.

E com mais estresse e as Seams continuando a ser um problema, as adaptações que aquela defesa do Seahawks popularizou não estão mais sendo suficientes.

Qual a solução agora? Cover 4

A solução encontrada é a mesma que as defesas de college encontraram para defender o Spread. Quem diria.

No Cover 4 as Seams estão protegidas. Além disso, o alinhamento favorece a leitura dos Safeties da jogada: Mais distantes da LOS, Eles podem ler o começo da jogada com o Flat-foot read, assim estão preparados para contra um motion ou alguma jogada Read Option ou RPO.